Com o objetivo de mudar o material usado nas paredes internas do empreendimento Chronos Residencial, a construtora paranaense Hestia comparou os custos de dois sistemas construtivos. De um lado, alvenaria de tijolos cerâmicos revestida com gesso corrido. De outro, paredes de gesso acartonado preenchidas com manta de isolamento acústico. Para surpresa dos engenheiros, o metro quadrado do drywall saiu apenas R$ 1,82 mais caro eu a alvenaria, diferença percentual de 2,18%, que levou a construtora a escolher este sistema.
A pequena diferença se justifica pela inversão no custo da mão de obra, que acabou equiparando o preço dos dois sistemas. Segundo explica o gerente de engenharia da Hestia, Marlon Vinícius Rocha, nos últimos anos o preço do pedreiro vem subindo por causa da escassez de profissionais, enquanto a mão de obra especializada para drywall tende a se tornar mais barata devido à ampliação do uso desses sistema e ao aumento do numero de operários que têm se qualificado para este serviço.
“Antes pagávamos entre R$ 10 e R$ 12 o metro quadrado da mão de obra de alvenaria; hoje esse custo está entre R$ 20 e R$ 22. Já a mão de obra para drywall conseguimos contratar por valores que vão de R$ 15 a R$ 17 o metro quadrado”, relata o engenheiro. Ele acrescenta que o preço do gesso corrido também aumentou, forçando para cima o custo da alvenaria revestida.
Marlon Rocha explica que a construtora optou por usar mantas de isolamento no drywall para quebrar a resistência dos clientes em relação ao desempenho acústico deste material essa decisão tornou o metro quadrado do gesso acartonado cerca de R$ 7 mais caro. Ou seja, sem isolamento acústico o drywall poderia sair até mais barato que a alvenaria.
Produtividade
Normalmente, a construtora Hestia leva três dias para terminar as divisórias de um apartamento em alvenaria revestida com gesso. Usando o drywall, o prazo caiu para um dia. “Além do ganho de produtividade, isso nos permite adiar, no cronograma, o inicio das divisórias. Como o drywall é mais rápido, podemos entrar com ele na obra um pouco depois e postergar o desembolso”, argumenta o gerente de engenharia.
As paredes de gesso resultaram também em um ganho de área útil nos cômodos e em um edifício mais leve. Houve redução de 3,5% a 4% da carga sobre a fundação e as estruturas – embora por motivo de segurança essa redução nem sempre implique estruturas mais delgadas. Marlon Rocha destaca a vantagem de ter uma obra mais seca e com menos resíduos, desde que se planeje com antecedência o melhor aproveitamento da chapas.
Para os moradores do Chronos Residencial, o drywall também trouxe alguns benefícios. Todos os empreendimentos da Hestia têm laje protendida para reduzir o numero de vigas e dar maior flexibilidade de planta ao cliente. “A alvenaria limitava essa flexibilidade após a entrega, pois quebrar uma parede é muito trabalhoso. Com o drywall, além de poder mudar as paredes na planta, o morador tem mais facilidade para mexer na configuração do apartamento depois de pronto”, comenta o engenheiro.
Por fim, o sistema exige um cuidado extra que seria dispensável no caso da alvenaria. É preciso ensinar aos compradores os procedimentos corretos para fixação de objetos pesados, orientando-os a procurar sempre um dos perfis metálicos da parede.
Veículo: Revista Construção Mercado; Página 14 e 15
Seção: guia da construção
Data: 01/12/2011